quinta-feira, 27 de março de 2014

Placa de vídeo NVIDIA GTX 650 TI BOOST

Algumas coisas que vc precisa saber. Em primeiro lugar trata-se de um equipamento excelente para quem trabalha com edição de vídeo a um custo mediano, entre 550 e 650 reais, no momento da redação deste texto, e variando muito com o dólar do dia. Nos EUA custa entre 120 e 140 dólares apenas. Não vou falar aqui do uso para vídeo games.

É uma placa voltada para o mercado de jogos, mas desempenha otimamente na edição de vídeo.

É claro que placas da família “700” e superiores são melhores e mais rápidas, mas para a mais básica delas, o valor da compra já triplica. A sugestão é sempre a mesma: compre a mais avançada que seu bolso suportar. Indo para a faixa em torno dos 900 reais vc deve comprar a GTX 670 que é consideravelmente superior

Há uma listagem completa com dados muito técnicos e o número de CUDA Cores de todas as placas da série 600, aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/GeForce_600_Series

Existe uma diferença técnica muito grande entre os modelos 650, 650 TI e 650 TI Boost. Muda a arquitetura interna (a TI Boost é Kepler - como as placas QUADRO), muda o número de CUDA CORES (a TI Boost tem 768, o dobro da placa 650 “normal” que tem 384). CUDA Cores são os processadores de vídeo lá na placa. Se seu computador i7 tem 8 núcleos na CPU, esta placa tem 768. Se vc é novato na questão e nem consegue compreender como isto é possível, saiba que quase ninguém mais consegue também. As placas mais caras já possuem mais de 2.500 CUDA Cores aumentando o desempenho e incompreensão.

Neste link há uma lista das placas NVIDIA GEFORCE com arquitetura Kepler.

http://www.geforce.com/landing-page/graphics-cards-with-kepler-architecture

Por questão de preço, optei pelo modelo com apenas 1GB de DDR5, sendo encontrado no mercado o com 2GB. Outras placas de séries superiores podem ter até 8GB de DDR5. Há especiliastas que afirmam que mais memória na placa de vídeo significa mais velocidade de processamento e é mais desejável que mais CUDA Cores. Outros afirmam que mais CUDAs é melhor. Vc precisa escolher em quem quer confiar. Mas se comprar mais CUDAs e mais memória, não vai ter erro.

A 650 TI BOOST é o que os especialistas (coisa que eu não sou, eu sou usuário e tenho uma abordagem não técnica) recomendam como mínimo para editar em full hd obtendo uma velocidade de renderação boa. Vai trabalhar com 4K, mas aí fica mais lenta. Para full hd vc deve ir para placas superiores e para 4K mais ainda.

Na minha escolha tentei entender a diferença entre a família de chipset Quadro (comprada quase sem pensar por quem edita) e GTX. Li muito a respeito e descobri que a Quadro mínima recomendada para uso com Adobe Premiere CS6 Pro é da série 6000. Uma passada pelo mercado brasileira nos permite descobrir que estão nos empurrando séries 400, 500 e 600, todas com apenas algumas dezenas de CUDA Cores, totalmente ultrapassadas e afirmadamente (pela Adobe) não suportadas pela versão CS6. Mas o que tem de gente ainda aos trancos e barrancos com Premiere CS4 não é brincadeira. A estes, aviso que a versão CS 5.5 modificou radicalmente o programa, principalmente para Windows 64 bits e se vc não está com ela ou com a 6, está ERRADO e perdendo tempo e paciência. Aviso: os seus plugins da versão 4 e 5 não vão funcionar com a 5.5 e 6 (tenha certeza de que é assim). Entendi que há uma intenção dos fabricantes de plugins em vender novamente o que já lhe venderam, mas os preços estão baixando bem, vc compra direto pela internet, a maioria deles permite baixar versões de teste e vc pode comprar apenas os efeitos e transições individuais que quiser e não os pacotes todos, na maioria das vezes por cerca de 10 reais cada efeito ou transição. Então, não há desculpa para não comprar.

A MONTAGEM E INSTALAÇÃO

Antes da espetar sua placa nova, remova o driver de vídeo anterior, ainda mais se for um Catalyst da Radeon. O driver padrão do Windows assume durante a instalação sem maiores de dificuldades. Se vc estava acostumado com placas que davam o “boot” já pelos dois monitores, esta só assume os outros monitores após o driver entrar no Windows.

WindForce-2X-Cooler-Applied-to-Gigabyte-GeForce-GTX-650-Ti-Boost

Comprei uma Gigabyte (acima), já que minha placa mãe é da mesma marca. A GTX 650 TI BOOST é ENORME, com dois coolers com rolamentos totalmente silenciosos. Encaixou de forma suave na placa mãe (slot PCI 3.0) e vem com cabo de alimentação de força. Estou usando uma fonte de 600 watts reais e não tive nenhum problema com a placa que em desempenho máximo pode consumir 450 watts. Este dado vem na documentação, mas os testes independentes na web apontam para 79 watts em “repouso” e apenas 231 watts em esforço máximo

Segundo o vendedor, eu não deveria instalar os divers que vinham no disco, mas deixar o Windows buscar os mais recente. O sistema fez isso com simplicidade e suavidade. Depois da instalação pelo Windows, o driver assumiu e já me apresentou a opção de baixar um driver mais recente direto do fabricante com opção em português. Tudo rápido e suave. Me foi recomendado baixar também o NVIDIA GEFORCE EXPERIENCE que parece se tratar de um controlador adaptativo que encontra todos os seus jogos e programas e aplica as configurações internas da placa mais eficientes para cada um. Isto está funcionando, mas explico mais abaixo.

Cada fabricante possui um encapsulamento e um sistema de resfriamento diferente. Você pode conectar duas placas (o cabo não vem junto). Aliás, todos os terminais da placa vem com tampinhas plásticas muito interessantes. Lembre-se que o consumo elétrico será dobrado.

conectando duas 650

O fabricante afirma que se pode usar 4 monitores, pois há 4 saídas traseiras. Isto não é verdade. O vendedor me alertou que não se pode usar as duas DVIs, pois elas são uma só com pinagens diferentes e montadas em paralelo (da para ver isso). Assim, use a DIV que tem aqueles 4 furinhos a mais junto ao pino posicionador, pois este tipo de DVI lhe dá sinal digital e analógico, enquanto a outra só dá analógico. Use um cabo DVI-HDMI e seu monitor recebe sinal digital. Conecte o outro monitor como HDMI-HDMI e tudo é identificado automaticamente. O terceiro monitor é para ser conectado com um “display port” e juro para você que nenhuma loja que vende cabos faz ideia do que seja. Parece que no Brasil ainda não há cabos display port ou conversores. Assim, se você precisar de dois monitores + um aparelho de TV, aí não sei como fazer. Há amigos que, devido a esta dificuldade em várias das placas muito modernas, passaram para um monitor de 24 polegadas para edição e uma TV HDMI para a saída da imagem. Mas com a 650 TI Boost vc tem saídas apenas em 1920 x 1080 para o computador. Outras placas superiores vão a mais de 2500 pixels o que dá uma folga para editar. Eu acho terrível editar tudo em uma tela de 1920. Tem gente que usa notebook, então é questão de preferência e costume.

E A VELOCIDADE? É MUITO SUPERIOR MESMO?

Eu utilizava desde 2012 um placa ATI RADEON com 1 GB DDR3 apenas 58 cores (OPEN CL e não CUDA). Basicamente editava com o Sony Vegas do 10 ao 12, deixando ao Adobe Premiere só a função de chroma key, por que neste ela é perfeita, enquanto no Vegas tão ruim quanto sempre foi da versão 5 do Premiere para baixo. Eu não editava um programa inteiro de TV no Premiere, devido ao tempo enorme de renderação. O Sony Vegas “entende” o sistema OPEN CL, mas não entende o CUDA (agora eu já sei). Portanto, se você utilizar Sony Vegas, vai jogar dinheiro fora em placas CUDA e deve ir fundo nas placas OPEN CL.

Existem especialistas que afirmam que as ATI RADEON OPEN CL são mais velozes para trabalhar no formato MPG2, mas como o OPEN CL não funciona no Adobe, então não vale nada se vc for usuário do programa.

Já o Premiere não enxerga a aceleração OPEN CL e faz todo o processamento pela CPU do computador. Mas a instalação de uma placa CUDA não garante que o Premiere vai enxergá-la. Incompreensivelmente (dito em todas as FAQs) a Adobe criou um sistema de fato idiota que exige que o “nome” de sua placa esteja numa linha de um arquivinho de texto vagabundo. Se não estiver, o Premiere não reconhece a placa e não habilita a aceleração gráfica. O uso da CPU para renderar pode chegar aos 98% no CS6 e aos 80% no CS5.5 sem que vc possa controlar isso. Ou seja, o computador fica quase impraticável para você usar outros aplicativos.

Apenas com o tutorial abaixo e a instalação automática proposta pelo autor, o Premiere irá reconhecer a placa e ativar o Mercury (que é o módulo acelerador do Premiere). Sugiro passar o link para todos os que comprarem qualquer destas placas NVDIA para edição de vídeo. Tem gente que não sabe disso e vai usar apenas as DDR5 e achar que ficou bem mais rápido e fica mesmo.

http://www.studio1productions.com/Articles/PremiereCS5-2.htm

O Mercury é ativado em PROJECT / PROJECT SETTINGS / GENERAL


mercury adobe


NO SONY VEGAS 12

Não houve qualquer ganho de velocidade, nem ao menos pela troca de 1 GB de DDR3 por 1 GB de DDR5. Foi decepcionante. Achei que ia virar um foguete. A atuação na edição, scrub de timeline ficaram mais velozes, mas a renderação continuou a mesma, indicando que nos encapsulamentos AVI é feita pela CPU do computador.

Apenas quando você quer salvar para um dos formatos MPEG4 é que existe a possibilidade, nas propriedades, de optar por renderação pela CPU, ou por OPEN CL ou por CUDA, se estiverem presentes. A renderação por CUDA nesta placa que é muito superior à OPEN CL anterior não ganhou nada em velocidade.

A Sony parece que não sabe alguns dos macetes. E como a base instalada de Vegas cresce assustadoramente no Brasil é bom saber o que funciona e o que não funciona com ele.

NO ADOBE PREMIERE 6

Resumo: virou um foguete! Para ter uma ideia, uma renderação em 1440 x 1080 com aplicação de fundo chroma key e aquelas correções básicas de cor de pele e preto levava 1h50m para um take de 60m. Agora leva 30 minutos, incluindo mudança de formato de MPG2 para AVI-DV em 720 x 480. Daí, dá para perceber o salto que se dá e com um suo de apenas uns 30% da CPU do computador.

O fechamento de um programa de TV de uma hora, com inserção de comerciais em diversos formatos originais e algumas transições, sem mudança de formato entre NTSC DV e sai NTSC DV caiu para irrisórios 6 minutos, numa taxa surpreendente de 10:1.

Renderações de umas 120 transições e fades na timeline (apertanto ENTER) levam uns 15 ou 20 segundos apenas. Este tipo de relato é mais objetivo que comparativo de barrinhas coloridas ou contagem de flops ou de qualquer coisa especificamente técnica.

Fiz um teste com um clip de 55 segundos em NTSC DV no qual alterei profundamente brilho e contraste, tornando a imagem inútil. Sabemos que são dois controles que demandam tempo na renderação. Como vc pode ligar ou desligar o Mercury, com ele desativado, só se garantindo nas DDR5 e CPU a renderação levou 13 segundos o que já é um desempenho espetacular. Com o Mercury ativado, levou apenas 4 segundos !!!

Portanto se você é usuário de PC e Adobe Premiere CS5.5 ou CS6 essa placa irá lhe poupar um tempo precioso. Abre-se um novo universo de possibilidades para inclusão de mais efeitos, mais correções, mais aprimoramento de vídeo e áudio.

ÍNDICE DE EXPERIÊNCIA DO WINDOWS 7

Como vc pode ver pelas imagens, o índice que era alto para jogos, mas não para elementos gráficos com a placa ATI Radeon Open CL, saltou para a classificação máxima com a NVIDIA 650 TI BOOST.

TAXAS DO COMPUTADOR ANTES DA 650 E DO SSD

TAXAS DO COMPUTADOR DEPOIS DA 650 E DO SSD

Espero ter sido útil para alguém.

© José Roitberg - jornalista e pesquisador - 2014

Um comentário:

PIPAS, PIPES & CACHIMBOS disse...

Bom post, procurei por muitas páginas da WEB alguma informação sobre uso de placas voltadas para games em edição de vídeo e só encontrei aqui informação suficiente para a escolha de minha futura VGA. Parabéns cara.